Advocacy: protagonismo para desenvolvimento do turismo corporativo no Brasil

O advocacy tem espaço, realmente, no segmento de viagens a negócios?

Advocacy não é apenas representar um setor. É assumir a responsabilidade de transformá-lo. É compreender que cada diálogo, cada proposta e cada mobilização são parte de um legado que atravessa gerações.

O turismo corporativo brasileiro precisa desse protagonismo. Estamos diante de um segmento próspero, com demanda constante e impacto direto em diversas cadeias produtivas. Ainda assim, continua subvalorizado por várias instituições e governos. Muitas vezes tratado apenas como custo, quando na verdade é investimento. É desenvolvimento. É competitividade.

E onde entra a ALAGEV neste contexto? 

 Reunião das Comunidades ALAGEV. 2ª Reunião Global das Comunidades ALAGEV, ocorrida em maio de 2025. Um espaço exclusivo da associação, onde os membros se reúnem para trocar insights e fortalecer conexões.

A ALAGEV tem cumprido um papel essencial nesse movimento. Ao longo de sua trajetória, vem fortalecendo a voz do setor, criando espaços de diálogo e promovendo iniciativas que ampliam a representatividade.

Um exemplo importante foi sua atuação durante a pandemia, quando mobilizou o mercado e pautou medidas emergenciais junto ao poder público, garantindo que empresas e profissionais fossem ouvidos em um dos momentos mais críticos da nossa história.

Essa capacidade de articulação é o que traduz o verdadeiro sentido do advocacy. Ações que resultam em melhorias regulatórias, maior visibilidade institucional e condições mais favoráveis para o desenvolvimento do setor. É o trabalho que, silenciosamente, sustenta avanços e dá credibilidade ao turismo corporativo como parte estratégica da economia nacional.

No cenário global, os números confirmam a relevância do tema. Segundo a GBTA, o mercado mundial de viagens corporativas ultrapassou US$ 1,4 trilhão em 2024 e deve alcançar US$ 2 trilhões até 2029. O Brasil já figura entre os 15 maiores mercados globais, mas ainda carece de políticas públicas que potencializem essa posição. A América Latina, por sua vez, aparece como uma das regiões de maior potencial percentual de crescimento, reforçando a necessidade de maior integração entre setor privado e governos.

Relação dos principais mercados de viagens corporativas, apresentada durante a GBTA Convention de 2025, em Denver.Relação dos principais mercados de viagens corporativas, apresentada durante a GBTA Convention de 2025, em Denver.

Foi com essa convicção que desejei, há muitos anos, integrar o Conselho da ALAGEV. Hoje, como conselheiro, vivo este papel com respeito e responsabilidade. Ser conselheiro é ser ponte. É aproximar empresas, profissionais e governo. É transformar dados em argumentos, e argumentos em políticas que fazem diferença.

Essa missão se conecta também ao Conselho de Turismo da FecomercioSP, do qual faço parte. Estar nesses espaços de diálogo me mostra, todos os dias, que o turismo precisa ser defendido com estratégia e protagonismo. O turismo corporativo, em especial, deve ser visto como vetor de competitividade, inovação e geração de valor. Não apenas como um apêndice do setor de lazer.

Quando penso em advocacy, penso também no futuro. Nas novas gerações que herdarão esse mercado. No legado que queremos deixar. Se hoje não atuarmos para garantir representatividade, corremos o risco de entregar um setor ainda subvalorizado, sem a força política e institucional que merece. Advocacy é sobre o presente, mas também sobre o amanhã. É o que queremos deixar para o mundo, a partir de amanhã.

Por que valorizar o advocacy?

Os benefícios são claros. Para empresas, previsibilidade e segurança. Para profissionais, reconhecimento e valorização. Para a economia, mais investimentos, mais competitividade internacional e mais oportunidades. E para a sociedade, um setor fortalecido, capaz de conectar negócios, promover inclusão e gerar prosperidade.

A ALAGEV está pronta para liderar essa agenda. Somos a voz coletiva que traduz a força do turismo corporativo em propostas, dados e diálogo. Somos o elo entre o mercado e o poder público, articulando o setor para que ele seja tratado com a importância que merece.

Advocacy não é discurso. É prática. É a soma de vozes que, juntas, tornam-se representatividade. É garantir que o turismo corporativo seja visto como realmente é: estratégico, essencial e transformador.

 

Luiz Moura

Co-fundador e Diretor de Negócio da VOLL; Conselheiro da ALAGEV

 

 


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Advocacy é um assunto que precisa ser conversado dentro da esfera do turismo corporativo.
O setor de viagens corporativas encerra 2025 em um dos momentos mais sólidos de sua história. De janeiro a setembro, as empresas brasileiras investiram R$ 106,5 bilhões em deslocamentos profissionais, segundo o Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela FecomercioSP em parceria com a Alagev. O número representa crescimento de 6,8% em relação ao ano...