A concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), confirmou nesta quarta-feira (25) que a transferência das operações domésticas ao novo terminal de passageiros deve ocorrer até março de 2016. O prazo contratual para entrega das obras venceu há 18 meses e é justificado pelo atraso de recursos para os trabalhos.
"O problema que atrasou as obras foi o fluxo financeiro, principalmente o empréstimo do BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social]. Isso foi equacionado, temos recursos financeiros para concluir a obra", destacou o diretor de operações em Viracopos, Marcelo Mota, durante entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
A assessoria do BNDES informou que não houve atraso nas liberações para o projeto, uma vez que os repasses acompanham o andamento das obras.
Segundo as empresas gestoras do aeroporto, Viracopos também conta com aporte financeiro de acionistas e bancos privados para o fim das obras.
Acabamento - Em maio, quando a obra estava 95% concluída, a concessionária informou que planejava iniciar em setembro a mudança dos voos domésticos para a nova estrutura. Nesta quarta-feira, ela informou que o índice subiu 1% e o espaço é usado apenas em operações internacionais.
O que falta? - De acordo com a concessionária, cerca de 300 operários atuam nas obras internas de acabamento, entre elas, instalações elétricas, de ar-condicionado e sistemas. No período mais intenso de trabalhos, o terminal chegou a ter nove mil operários em atividade.
A data-limite estipulada pela Agência Nacional de Ação Civil (Anac) para a entrega do novo terminal de passageiros venceu em maio de 2014, um mês antes do período em que foi realizada a Copa do Mundo no Brasil.
Durante o torneio, sete delegações estrangeiras usaram parte da estrutura, mas em seguida, ela foi fechada e reaberta ao público para voos internacionais em novembro. Atualmente, o aeroporto tem média de 38 viagens por semana.
Multa pelo atraso - Por causa do atraso na conclusão dos trabalhos, o aeroporto foi autuado pela Anac e o processo administrativo deve resultar em multa. Contudo, a administradora de Viracopos considera que o valor deve ser proporcional ao que foi entregue no prazo.
À época da Copa, as obras estavam 92% concluídas, segundo a concessionária. Ou seja, a construção evoluiu 4% desde então.
Pelo contrato, a Anac tem de aplicar, além de até RS 170 milhões de multa pelo descumprimento do prazo estabelecido, mais RS 1,7 milhão por dia de atraso. A assessoria resumiu que está em fase final a análise sobre a defesa da concessionária para definir o valor, mas não revelou prazo.