Uma pequena taxa, ou contribuição, paga por diária pelos hóspedes de uma cidade que conta com um Convention Bureau. Esta é a Room Tax, que serve como fonte de receita para essas entidades que têm com missão ampliar o número de visitantes do destino por meio da captação de eventos e outras ações. O motivo de sua existência, portanto, é nobre, mas em tempos de crise e negociações apertadas, ela é a primeira a ser cortada. As consequências disso podem aparecer a longo prazo, conforme explicou ao M&E o presidente-executivo do São Paulo CVB, Toni Sando.
“Hoje há uma necessidade de reduzir preços e aumentar a competitividade. A Room Tax, por não ser obrigatória, é fácil de ser cortada, mas o valor é tão irrisório, que não faz muita diferença”, disse o executivo, lembrando que o valor varia de 3,50 a 9 reais, dependendo do destino e da categoria do meio de hospedagem. “As consequências não são imediatas, mas podem influenciar na captação de eventos futuros”, complementou.
Sando afirmou que os CVBx trabalham na captação de eventos que acontecerão em um dois ou até mais anos à frente. Para ele, este trabalho a médio e longo prazo ajuda a garantir o fluxo futuro de visitantes da cidade, beneficiando os hotéis e todo o setor. “Para isso precisamos de recursos e a única fonte de recursos é a Room Tax”, reiterou.
Neste início de ano a situação é preocupante, uma vez que a arrecadação da taxa tem caído mais do que a ocupação média dos hotéis. Segundo Sando, a diminuição é de aproximadamente 20%, não só na capital paulista, mas em todo o Brasil.
“É preciso conscientizar as pessoas, pois a Room Tax tem duas funções: gerar recursos para que os CVBx continuem captando eventos e na capacitação do trade”, lembrou. Toni Sando faz questão de enumerar os treinamentos e capacitações das entidades, que incluem recepcionistas de hotéis, taxistas e muitos profissionais que têm contato com os turistas. “Contribuímos para que as cidades recebem cada vez melhor e, consequentemente, seja mais visitado”, completou.
Toni Sando destacou que muitas agências – para melhorar as suas negociações – excluem a Room Tax da conta dos clientes e se preocupa com a sequência desta prática. “Ainda não estamos sofrendo com a falta de recursos, mas no futuro poderá ser difícil manter as equipes extremamente qualificadas que temos e a captação de eventos poderá ficar comprometida”, finalizou.
Fonte: Mercado e Eventos