Rankings sobre segurança de empresas aéreas são falhos, aponta iata

11/01/2017

 

Todo começo de ano é a mesma coisa: diferentes rankings apontam quais são as companhias aéreas mais seguras do mundo e, por consequência, as menos seguras, que acabam sendo interpretadas pelo público como empresas “perigosas”. Em comunicado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) afirma que não existem métricas ou critérios objetivos que permitam determinar essas situações.

Como explica a IATA, as organizações que elaboram rankings de segurança utilizam uma variedade de critérios subjetivos para comparar o nível de segurança de companhias aéreas.

“Estes (rankings) incluem tipicamente o número de acidentes e/ou incidentes sérios experimentados por uma empresa aérea durante um período especificado. As informações são geralmente extraídas de fontes publicamente disponíveis, como os meios de comunicação. As fórmulas exatas para determinar os rankings podem ou não estar disponíveis para exame e análise”, relata a associação internacional, que não considera válido esses estudos.

A IATA ainda afirma que a segurança na aviação não deve ser tratada como uma questão competitiva, pois viola a posição da indústria de que o tema é prioritário entre todos os envolvidos, dos fabricantes de aeronaves até as companhias.

“O extraordinário desempenho em matéria de segurança do transporte aéreo comercial deve-se, em grande medida, ao forte espírito de cooperação em matéria de segurança entre as empresas aéreas, fabricantes, reguladores governamentais e outras partes interessadas”, aponta o comunidado do órgão.

Para a assoaciação, rankings desse tipo são altamente especulativos por uma série de fatores. Segundo a IATA, acidentes aéreos, especialmente com vítimas fatais, são extremamente raros, mas podem resultar em grandes variações nas taxas citadas por essas organizações em apenas um único evento.

Classificações de segurança, de acordo com a associação, também desconsideram fatores externos e eventos envolvendos participantes fora das companhias aéreas, como fabricantes de aeronaves, aeroportos, provedores de serviçõs de navegação aérea, entre outros que podem contribuir para um acidente ou incidente na aviação.

“Um ranking simples não pode dar uma imagem de segurança completa. A gravidade do acidente tem de ser julgada e levada em conta em um sistema de classificação, mas a gravidade de um acidente é muitas vezes afetada por condições e eventos externos”, acrescenta a entidade.

Por fim, a associação afirma que esse tipo de classificação atribui a responsabilidade por acidentes e incidentes exclusivamente a uma empresa aérea, independentemente de outros fatores relacionados. “Isso viola um princípio chave da pesquisa sobre segurança, que reconhece que a maioria dos acidentes envolve uma cadeia de eventos que podem envolver múltiplos participantes. Por essas razões, os rankings de segurança das empresas aéreas são inerentemente falhos”, finaliza a IATA.

 

Fonte: Uol

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