É claro que cada viajante corporativo tem suas próprias características, mas muitos deles podem ter comportamentos similares a ponto de serem classificados em “tribos”.
Saber identificar essas tribos pode ser de grande valia para aprimorar os programas e políticas de viagens, afinal, ao perceberem a personalização, os viajantes tendem a se sentir valorizados.
"Hoje você pode ter que atender as necessidades de uma tribo, mas logo em seguida as de outra. Por isso flexibilidade e conhecimento do perfil dos viajantes é o segredo para o sucesso”, afirma o diretor executivo do Acte, Greeley Koch.
Isso significa que os viajantes corporativos também estão mais exigentes, já que estão cientes de que por meio do big data e das mídias sociais seus dados e preferências são captados pelas empresas, que devem corresponder às suas demandas com precisão cada vez maior. Isso sem contar os dados de milhares de estudos que estão sendo realizados ao redor do mundo.
"Os progressos tecnológicos, bem como o desenvolvimento de algoritmos avançados, permite a formação dessas tribos com base em perfis semelhantes, permitindo a criação de uma experiência mais personalizada", explica o diretor sênior de Inteligência da Advito, Lexi Honohan.
Ser capaz de personalizar viagens, organizar pessoas em tribos e grupos-alvo pode potencialmente fortalecer o vínculo de confiança entre o viajante e a empresa. "Isso pode ajudar os viajantes a se sentirem valorizados, sem contar que ainda contribui para a saúde e o bem-estar deles, incentivando-os a cumprirem as normas estabelecidas pela política de viagens”, afirma o diretor da CTM, Scott Alboni.
Sendo assim, é bom saber quais são essas tribos de viajantes e o que elas querem. Confira a seguir as características de cada uma delas.
1- O desbravador corporativo
Essa tribo tem uma atitude extremamente positiva em relação à viagem, já que gosta de conquistar e explorar novos mercados, além dos que já conhece.
Perfil: desempenham papéis seniores em uma organização e tendem a ser mais velhos. Uma vez que são conduzidos por resultados, há uma boa chance de que eles se desviem da política mais do que outros, porque vão fazer o que for preciso para conseguir resultados, ou fazer negócios em uma viagem de última hora em Kiev ou Tashkent, mesmo que isso signifique desconsiderar as regras.
Como lidar com eles: é muito comum que seja preciso chamar o departamento VIP de sua TMC para lidar com eles, em virtude de sua idade e status na empresa. Esses viajantes ainda preferem o contato humano a comunicados on-line e em vez de exigir que eles cumpram a política, pode ser mais fácil estimulá-los por meio de cartões de fidelidade e recompensas de status. Premiá-los com upgrades também funciona muito bem.
2 – Os viajantes autônomos
Os componentes dessa tribo têm até 35 anos e estão mais interessados em um estilo de vida equilibrado do que alcançar cada vez um número maior de bens materiais. O cotidiano corporativo tem outro significado para eles, e por isso o gestor deve ter muita atenção na forma como deve tratá-los.
Perfil: é bom se atentar ao fato de que eles não estão muito interessados em cartões de fidelidade em comparação com as outras tribos. Por conta disso, podem ser viajantes mais relutantes e mais propensos a dizerem que a política de viagens está interferindo negativamente na visão que eles têm de seu empregador e da empresa. Outro aspecto a ser considerado é que eles tendem a ser nativos digitais mais antigos, o que significa que ainda têm um pé no mundo analógico.
Como lidar com eles: esses viajantes valorizam muito a autonomia em suas reservas, o que significa que as políticas podem funcionar melhor se eles mesmos efetuaram esse processo. De todas as tribos, essa é a que tem o maior potencial de criar mais desafios para o gestor de viagens, se não for respeitada.
3- A tribo feminina
A década atual é aquela em que as mulheres estão começando a assumir cada vez mais posições de poder dentro das empresas, o que as torna uma tribo interessante para empresas e serviços interessados em aproveitar o poder feminino nas viagens corporativas.
Perfil: a porcentagem de viajantes corporativas mulheres cresceu drasticamente desde o início dos anos 90, razão pela qual muitas empresas têm como público-alvo as integrantes dessa tribo. Prova disso é que já existem andarem completamente dedicados às mulheres em hotéis, oferecendo também segurança reforçada, corredores bem iluminados e opções que as façam se sentir mais seguras. Estudos revelam que 77% das viajantes corporativas afirmam que os programas de viagens das empresas devem levar em conta suas necessidades específicas, e isso envolve principalmente uma maior atenção na questão da segurança.
Como lidar com eles: os gestores de viagens estão sentindo uma maior demanda por serviços e conteúdos adaptados para mulheres, especialmente em hospedagem e transporte terrestre. As empresas também estão tentando trabalhar essas questões junto aos GDSs e fornecedores, com o objetivo de oferecerem melhor estrutura no caso de viajantes mulheres. Como gestor é preciso acompanhar as tendências e perceber que a tribo das viajantes femininas precisa de uma atenção cada vez maior, já que essa tribo espera que os fornecedores sejam pré-selecionados para que elas estejam prontas para viajar a qualquer momento e a qualquer lugar. O Brexit também resultou em mais viagens para destinos desconhecidos, o que aumentam as demandas por segurança para essas viajantes do sexo feminino.
4- Geeks Mobile
Para esses viajantes a conectividade é prioridade número um. E isso significa que eles precisam estar conectados o tempo todo para permanecerem produtivos e em movimento. Podem ser considerados os viajantes do futuro porque entendem o mundo globalizado e tecnológico em que vivemos, sem contar que possuem uma série de aplicativos.
Perfil: eles poderiam ser considerados parte da tribo autônoma, mas suas características são tão predominantes que merecem ser tratadas em separado. Os viajantes dessa tribo sofrem com uma baixa capacidade de atenção porque são continuamente estimulados pelas mídias sociais. Eles têm uma habilidade inata de se dirigirem diretamente para provedores de viagem e efetuarem a reserva porque são altamente experientes digitalmente, o que significa que podem facilmente gerenciar aplicativos de reservas móveis para configurar itinerários, atualizações de voos e alertas de risco.
Como lidar com eles: esses nativos digitais podem usar sistemas de viagem complexos. Eles querem que sua viagem se integre digitalmente com seus aplicativos mais importantes, como Outlook e Google Calendar, bem como seus aplicativos de itinerário favoritos, como Tripit e Tripcase. É provável que a próxima geração de CEOs conte com membros dessa tribo, à medida que os geeks móveis envelhecem.
5- Guerreiro rodoviário encontrado
Essa tribo pode ser considerada a mais fácil de lidar pelos gestores de viagens. Isso porque, ao contrário do viajante autônomo, aproveita ao máximo sua experiência de viagem corporativa. São experientes quando se trata de gerenciarem suas próprias viagens e engolem pontos de fidelidade para ganhar recompensas. Esse indivíduos gostam de viajar e de fazê-lo extensivamente.
Perfil: eles vão trabalhar em suas próprias viagens e adicionar bleisure onde puderem, para aproveitarem ao máximo o seu tempo.
Como lidar com eles: estes são os melhores viajantes corporativos, porque entendem que ao se enquadrarem nas normas da política de viagens fazem sua empresa e a TMC felizes, e dessa forma acabam sendo bem recompensados. Essa tribo está preocupada principalmente com experiências e conectividade. Os seus membros valorizam os serviços que lhes permitem flexibilidade e se encaixam nas suas vidas pessoais. Eles também querem poder compartilhar suas viagens e experiências com seus amigos, família e redes sociais.
Fonte: Panrotas