Viagens para os Estados Unidos do Oriente Médio e da África do Norte tiveram uma queda de 20% desde que o presidente Donald Trump assinou o tratado que limita a entrada de turistas no país. Hoteleiros norte-americanos declararam que o efeito do declínio no número de viajantes proveninentes de ambas regiões é negativo, já que estes gastam mais em suas estadas em comparação com outros viajantes internacionais. A matéria é da jornalista Lisa Fickenscher para o New York Post.
Arne Sorenson, CEO da Marriott International, declarou durante uma reunião da companhia em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que a proibição das viagens aos Estados Unidos a partir de seis países predominantemente muçulmanos têm "ferido o negócio hoteleiro na América do Norte".
"A proibição não é boa e ponto final", declarou Sorenson em voz alta, verbalizando o que a maioria dos profissionais hoteleiros pensam a respeito do tema. As reservas da Marriott, maior companhia hoteleira do mundo, amargaram queda de até 30% durante o mês de fevereiro, segundo o CEO. As propriedades mais atingidas foram o St.Regis e o Ritz-Carlton, cujas suítes têm tarifas a partir de US$ 800 por noite.
"Trata-se de um número surpreendentemente significante. No decorrer do ano, os viajantes de negócios contribuem com até 10% da receita anual do empreendimento - estamos falando de aproximadamente US$ 12 milhões. Eles viajam em grupos de 20 a 80 pessoas e ocupam pavimentos inteiros do hotel", explicou David Chase, diretor geral do Omni Bershire Place, referindo-se à potencial perda em receita da unidade. Chase já ocupou o cargo de gerente geral do New York Palace Lotte, que também integra a lista de empreendimentos afetados pela ausência dos viajantes das áreas de proibição.
O New York Palace Lotte juntamente com outros empreendimentos que costumam hospedar os grupos oriundos das regiões muçulmanas - incluindo o Mandarin Oriental, o Four Seasons e o Peninsula New York, não quiseram comentar o assunto. No entanto, o cenário é bem mais complexo do que se apresenta. O impacto negativo das medidas do presidente também afetou o comércio, com lojas como a Saks Fifth Avenue, a Bergdorf Goodman e a Barneys New York, perdendo a presença dos grupos de compras estrangeiros, formado em boa parte pelos viajantes do Oriente Médio.
Fonte: Hoteliernews