BRASÍLIA – Em um ambiente político com pouco espaço para debates que não incluam o impeachment e a reforma ministerial, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo retomou hoje seus trabalhos. “O Brasil e a Câmara estão paralisados em meio à crise política, mas precisamos apresentar uma pauta positiva, criando uma perspectiva de futuro por meio de nossas ações”, disse o presidente da Frentur, o deputado Herculano Passos (PSD-SP), ao abrir a reunião.
Apesar do cenário político desfavorável, os deputados e senadores membros da Frentur mostraram o caráter de urgência de algumas votações, diante da contagem regressiva para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “A visibilidade que o Brasil terá nesse período não se repetirá na história. Este talvez seja o momento mais fértil da história brasileira para a realização de investimentos no Turismo, de olho no futuro, não apenas na Olimpíada”, defendeu o deputado Otávio Leite. “Temos uma crise, mas não podemos misturar as bolas. Desculpem o trocadilho, mas nenhuma bola está sendo dada para o Turismo”, desabafou.
Diante da ampla pauta da Frentur – aumentada com as demandas do setor privado, com destaque para a apresentação realizada conjuntamente pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros (Fohb) e pela Associação Brasileira de Resorts (ABR) –, o presidente da Frente Parlamentar destacou como prioridade absoluta o Projeto de Lei 4.665/2016, que regulamenta o trabalho intermitente durante os Jogos Olímpicos. “O regime de urgência é necessário nessa votação, uma vez que se trata de um evento com data fixa e próxima”, defendeu Passos, autor do PL. “Não podemos deixar que se repita o que aconteceu durante o Rock in Rio, quando tivemos multas superiores a 20 milhões de reais por contratações fora da legislação”, exemplificou.
Representante do setor privado à mesa de trabalhos, o presidente do Conselho de Turismo da CNC e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, defendeu a necessidade de um projeto pós-Olimpíada. “Temos pouco tempo até os jogos e um cenário político complexo. O projeto, agora, deve ser pós-Olímpico. Devemos criar condições para atrair investimentos para o Brasil depois da visibilidade que a Olimpíada do Rio proporcionará”, defendeu Sampaio, em entrevista ao Portal PANROTAS. “Já temos um PL que trata das zonas de exportação turística, locais que teriam legislação específica para captar investimentos. Precisamos trabalhar nisso com urgência”, defendeu.
Fonte: Panrotas