Apesar do bom desempenho no Réveillon - período em que muitos hotéis alcançaram ocupação máxima -, a hotelaria de Salvador fechou o ano de 2015 com o pior desempenho dos últimos anos, com média anual de ocupação de 53,63%, inferior à de 2014 (55,64%), 2013 (56,27%) e 2012 (58,76%), período de início da pesquisa.
No que diz respeito à diária, a média de 2015 (RS 226,97) ficou abaixo da média do ano anterior (RS 238,19), revelando queda real de 14,7% nesses dois últimos anos, período no qual a inflação foi de cerca de 10%. Considerando valores reais (descontados da inflação), a diária media de 2015 foi também inferior aos valores praticados nos últimos 4 anos.
“O fechamento do Centro de Convenções – principal instrumento de captação de visitantes no período de baixa estação, que começa logo apos o carnaval –, a falta de um trabalho sistemático de divulgação do destino através da mídia, o abandono da cidade e da orla Atlântica por quase uma década e a sobre oferta de hotéis estão dentre os principais responsáveis por este desempenho”, disse o presidente da ABIH-BA, Glicério Lemos. “A alta do dólar tem sido um aspecto positivo para o aumento do fluxo turístico na cidade, observado nos últimos meses, mas por si só não e capaz de reverter o quadro ” pondera.
Tomando-se por base apenas o mês de dezembro de 2015, a hotelaria apresentou uma taxa média de ocupação de 51,73% e diária média de RS 252,93, resultando em um Revpar (indicador ponderado da diária e ocupação) de 130,84. Comparando-se com o desempenho do mesmo período do ano anterior, verifica-se ligeira queda na taxa de ocupação – que passou de 52,60% em dezembro de 2014 para 51,73% em dezembro de 2015 e acréscimo de 11,8% na diária média (que passou de RS 226,06 em dezembro de 2014 para RS 252,93 em dezembro de 2015), resultado este superior à inflação acumulada dos últimos 12 meses.
“A alta do dólar, a recuperação da orla e a previa divulgação do calendário de festas no réveillon estão dentre os principais motivos desse razoável desempenho no último mês do ano”, segundo Lemos.
Dentre os quatro polos hoteleiros da capital (Barra-Rio/Vermelho, Tancredo Neves/Stiep, Centro/Pelourinho e Itapuã/Stella Maris) coube ao de Itapua/Stella Maris o melhor desempenho e, uma vez mais, ao polo Tancredo Neves/Stiep - voltado sobretudo para o turismo de negócios - o pior desempenho.
A Pesquisa Conjuntural de Desempenho, realizada pela Taxinfo, uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia e Brasil, revela ainda que, das seis capitais que participam do levantamento, Salvador ocupou a quinta posição na taxa de ocupação hoteleira em dezembro último (51,73%) perdendo para Fortaleza (87,25%), Aracaju (69,49%), Maceió (67,03%) e Curitiba (58,11%).
A capital baiana superou apenas Belo Horizonte, que registrou taxa de ocupação de 39,01%. Os dados são fornecidos diariamente pelos próprios hotéis ao Portal Cesta Competitiva e a média resultante constitui indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem em nossa capital.
Fonte: Tribuna da Bahia