A aviação brasileira, na análise da pontualidade das companhias aéreas e dos principais aeroportos ao longo do ano passado, figura em posição de prestígio no cenário mundial do setor. A conclusão vem do relatório “Liga da Pontualidade 2015” divulgado nessa semana pela consultoria britânica OAG, especializada em inteligência de mercado de aviação. Todas as companhias nacionais integrantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) obtiveram excelentes índices no relatório quando comparadas às concorrentes estrangeiras. Dados do Panorama Abear 2014, divulgado em meados do ano passado, já haviam mostrado como as aéreas brasileiras são comparativamente mais pontuais que as concorrentes americanas.
Os aeroportos brasileiros de Guarulhos e Congonhas (SP), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Brasília (DF) e Galeão (RJ) também tiveram ótimo desempenho no cenário global. Em geral, a OAG ressalta que a aviação mundial tem visto uma melhoria continuada na pontualidade graças a aprimoramentos tecnológicos, de procedimentos e pela evolução técnica e profissional de companhias e operadores aeroportuários.
“É uma satisfação para nós”, diz o diretor de Segurança e Operações da Abear, Ronaldo Jenkins. “Isso mostra que o esforço que já vem sendo empreendido há muito tempo começa a ficar mais visível. É fruto de muito trabalho, aumento da articulação da indústria, incluindo fornecedores, autoridades, agentes públicos e privados, e também de investimentos pesados em sistemas, infraestrutura e treinamento, para fornecer o melhor serviço possível”, avalia.
“Entre os diversos fatores que contribuem, certamente a maior integração do setor motivada pela recepção da Copa do Mundo em 20014 é um deles”, destaca Jenkins. “Vamos colocar todo nosso empenho para repetir essa atuação nos Jogos Olímpicos do Rio, apesar das sérias restrições que já nos foram impostas em relação à operação no aeroporto Santos Dumont”, projeta o especialista da Abear.
O Brasil teve duas companhias aéreas listadas na relação geral (incluindo transportadoras tradicionais e de baixo custo) das 20 empresas mais pontuais do mundo em 2015 (3ª e 7ª colocações). Considerando apenas as companhias tradicionais, o Brasil continua representado entre as top 20 mundiais (6ª colocação). Se avaliadas isoladamente as companhias de baixo custo, sobe para três o número de empresas brasileiras entre as 20 mais pontuais do mundo (1ª, 3ª e 9ª colocação). No recorte por regiões, todas as quatro grandes empresas brasileiras aparecem entre as seis transportadoras mais pontuais da América Latina em 2015. Para a avaliação das companhias aéreas, são considerados pontuais os voos que chegam ao destino com no máximo até 15 minutos de variação em relação ao horário programado.
Na categoria definida como pequenos aeroportos (oferta total anual de assentos inferior a 10 milhões), o Brasil aparece com dois representantes entre os 20 mais pontuais do mundo (17ª e 20ª colocações). Na lista dos 20 aeroportos mais pontuais de tamanho médio (entre 10 e 20 milhões de assentos ofertados no ano) figuram três aeroportos brasileiros (6ª, 13ª e 20ª colocações). Já a relação dos aeroportos de grande capacidade (oferta de assentos superior a 20 milhões/ano) conta com um terminal brasileiro (3ª colocação). Para os aeroportos, são consideradas pontuais as operações realizadas com até 15 minutos de variação em relação ao horário previsto.
“Na Abear nós preferimos não nos prendermos aos rankings, que costumam trazer visões simplificadas. Nesse caso, mais do que o desempenho de uma ou outra companhia ou de um ou outro aeroporto, o que fica evidente para nós é o resultado consolidado”, explica Jenkins. “Nosso desafio agora é manter essa trajetória mesmo quando a aviação brasileira vive perspectivas de crescimento diferentes das que vigoram no mercado internacional”, conclui.
Essa é a segunda edição do relatório “Liga da Pontualidade OAG”. O estudo considera uma base de dados de 50 milhões de voos realizados por mais de 900 empresas em mais de 4 mil aeroportos. Entram nas análises companhias aéreas e aeroportos que tenham fornecido à OAG ao menos 80% das estatísticas referentes às operações realizadas em 2015.
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