Em 2016, as transações efetuadas pelas 30 agências ligadas à Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) totalizaram R$ 10, 71 bilhões, valor 6,5% abaixo dos R$ 11,45 bilhões registrados em 2015. O cenário de queda, divulgado hoje, em São Paulo (SP), se repetiu em praticamente todos os segmentos analisados pela pesquisa de vendas da entidade.
O transporte aéreo doméstico encolheu 4,7% em emissões e 6% em faturamento, sendo registradas 7,06 milhões de emissões e R$ 4,05 bilhões em vendas. Em termos de market share, a liderança foi conquistada pela GOL, tanto em bilhetes emitidos (32,3%) quanto em faturamento (30,5%). Latam vem em segundo lugar (30% e 29,5%, respectivamente), seguida pela Azul (24,4% e 29,2%) e pela Avianca (12,1% e 9,7%). A tarifa média Abracorp ficou em R$ 574, caindo 1,4% na comparação entre os dois anos.
Já o aéreo internacional teve queda de 5,1% em faturamento – totalizando R$ 3,06 bilhões – e 5,8% em emissão – chegando a 860 mil tíquetes nos 12 meses. Latam, American Airlines, Air France/KLM, Lufthansa/Swiss e United Airlines lideram o em emissão, com respectivamente 16,5%, 12,2%, 8%, 7,9% e 7,8% de participação. Entre as alianças, a liderança é da Star Alliance (41,7%), seguida pela OneWorld (35,1%) e SkyTeam (23,2%).
Hotelaria nacional apresentou baixa de 12,3% em diárias – o total de room nights no ano foi de 8,8 milhões – e diminuiu 12,6% em volume faturado pelos associados Abracorp – registrado em R$ 1,9 bilhão. O share continua sendo dos hotéis independentes que detêm 37,1% de participação e faturamento acima de R$ 726 milhões. Mas mesmo os líderes registraram retração, tanto em room nights (-11,6%) quanto em vendas (-12,3%). A tarifa média não variou, permanecendo em R$ 222 mesmo com o aumento de 8% na oferta divulgado pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).
Entre as redes, a Accor Hotels tem o maior market share e registrou um aumento tímido de 0,5% nas vendas (R$ 257 milhões) com queda de 7,4% em pernoites (1.04 milhão). O segundo lugar ficou com a Atlantica, que caiu 17% em vendas (R$ 154 milhões). “As empresas têm usado cada vez menos brockers, que tiveram uma queda acentuada na comparação entre os dois anos”, mostrou Gervásio Tanabe, diretor-executivo da Abracorp. Esse segmento despencou 22,6% em faturamento (R$ 56 milhões) e 32,2% em diárias (226 mil). Em room nights, apenas a rede Blue Tree registrou aumento de 0,4%, (213 mil).
Na hotelaria internacional, as room nights subiram 6,7% (775 mil) e as vendas caíram 6,3% (R$ 412 milhões). O share é dominado pelos hotéis independentes (36,2%), seguido por “outras redes” (34,9%). Entre as marcas, o destaque foi o Hilton, que registrou crescimento de 42,2% em faturamento (R$ 35 milhões) e lidera o market share no segmento, com 8,7% das vendas. A IHG ampliou em 65,9% as pernoites registradas (74 mil) e aparece em segundo lugar em participação de mercado, com 7,4%.
Locação nacional caiu 9,5% em faturamento (R$ 168 milhões) e 4% em diárias (1,81 milhão). No internacional, o segmento apresentou queda de 5% em volume (169 mil) e de 1,7% em faturamento (R$ 36,6 milhões). O share é liderado pela Localiza, no nacional (que aparece isolada com 51,3% do mercado) e pela Hertz no internacional (com 41,4% de participação).
O segmento de transfers cresceu 21,2% em faturamento, ultrapassando R$ 30 milhões em vendas no ano passado. “Esse é um setor que merece atenção e qualificação em relação a operação e a segurança”, disse Tanabe. Segundo o executivo, a Abracorp fornece check lists para os associados analisarem o serviço de empresas desconhecidas que atuam nesse ramo. Entre os serviços, a queda registrada foi de 1,1% no nacional (R$ 759 milhões), enquanto o internacional cresceu 5,1% (R$ 230 milhões). O destaque ficou para o segmento de eventos internacionais, que saltou 196,4% na comparação entre 2015 e 2016 (R$ 155 milhões).
A pesquisa identificou, por fim, que o faturamento ainda é a principal forma de pagamento para o segmento terrestre, com 55,6% da preferência em relação aos pagamentos em cartão de crédito. Em passagens aéreas, a maioria absoluta das compras é feita com cartão de crédito (75,6%). A pesquisa completa estará disponível no site a partir de 9 de fevereiro, com históricos e perspectivas de cada segmento analisado.
“Essa tendência de queda vem diminuindo a nossa expectativa é virar para um cenário positivo, mas ainda é complicado estimar quando isso acontecerá. Mas dá para dizer que janeiro começou aquecido”, comemorou Rubens Schwartzmann, presidente do Conselho de Administração da Abracorp. “Podemos dizer que parou de piorar”, completou Sergio Linares. Schwartzmann afirmou que a entidade estimula os associados a diversificar os negócios, investindo em lazer e incentivos, inclusive. “O que não dá é para ficar parado, é preciso buscar alternativas”, alertou.
Novo modelo
A Abracorp está investindo em ferramentas de Business Intelligence (BI) para consolidar seus próximos números. Se tudo der certo, a ideia é que a apresentação dos dados relacionados ao primeiro trimestre de 2017 já ocorra dentro desse novo modelo que prevê análises mais aprofundadas. “Dentro do aéreo, por exemplo, será possível analisar melhor a aviação regional e até segmentar os tipos de bilhetes – one way, origem x destino, etc – para apresentar tarifas distintas de cada segmento”, exemplificou.
Fonte: Brasilturis
