Economia compartilhada: setor hoteleiro se une para reivindicar igualdade

19/05/2017

Manoel Cardoso Linhares, vice-presidente da ABIH Nacional e vice-presidente da FBHA, mediou, neste segundo dia de Conotel, o painel “Economia Capitalista de Massa”. Antes de começar o debate, o VP pediu um minuto de silêncio pela hotelaria. “Toda semana fechamos hotéis no Brasil, queremos respeito e poder igualitário [se referindo ao Airbnb]. É disso que precisamos hoje na hotelaria”, declarou.

 

Para Manoel Cardoso, o momento que o país e o setor hoteleiro vivem é inédito, com as entidades se reunindo com objetivo pedir poder igualitário. “Não somos contra, temos que aceitar a tecnologia, mas que paguem os mesmos impostos que a hotelaria paga”, declarou.

Em sua apresentação, Manoel Gama, presidente do Fohb, criticou o modelo de economia compartilhada do Airbnb. Ele lembrou que o Fohb representa 20% da hotelaria nacional, porém, em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro o número de quartos da plataforma chega até 27 mil, que concorrem diretamente com a hotelaria.

 

Segundo Luigi Rotunno, presidente da ABR, as empresas de economias compartilhadas geram milhões desrespeitando regras, não pagando impostos como os hoteleiros. “O Airbnb, por exemplo, não emprega nem 3 mil funcionários, enquanto a hotelaria tem mais de 8 milhões de colaboradores. Por isso, não podemos dizer que essas economias geram empregos”, declarou.

 

Rotunno, ainda citou a falta de fiscalização nessas empresas. “Elas não precisam justificar os serviços prestados. O Airbnb, por exemplo, publica o que quer, seja a quantidade de quartos existentes ou seu faturamento, não existe meio legal de auditar esses números”, disse.

Não se trata de isonomia e sim de justiça comercial, disseram os painelistas. “O verdadeiro problema é o custo de uma empresa existir no Brasil, enquanto eles não têm nenhum custo”, afirmou.

 

O presidente da ABR disse que a hotelaria não é contra a inovação e a tecnologia, “inclusive inovamos todos os dias”. Para ele, é fácil ser competitivo sem pagar impostos. E ele não fala só da hotelaria, mas do receptivo também.

Finalizando Luigi questionou como o turismo pode se posicionar diante desse caso? “Será que não fizemos nada ou não soubemos nos posicionar na comunicação nos últimos anos? Investimos muito nos últimos anos, fizemos esforços para nos posicionar com produtos tecnológicos melhores. Mas sofre com todos os tributos que precisa pagar.”

 

Fonte: Mercado e Eventos

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